Receita para lavar roupa suja


Mergulhar a palavra suja em água sanitária depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol adquirem consistência de certeza.
Por exemplo, a palavra vida.
Existem outras, e a palavra amor é uma delas,
que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda aguar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.
São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tiram sujeira difícil, mas nada.
Toda tentativa de lavar piedade foi sempre em vão.
Agora nunca vi palavra tão suja como perda.
Perda e morte na medida em que são alvejadas soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de argura, que é capaz de esvaziar o vigor da língua.
O aconselhado nesse caso é mantê-la sempre de molho em um amaciante de boa qualidade.
Agora, se o que você quer é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar.
O perigo neste caso é misturar palavras que mancham no contato umas com as outras.
Culpa, por exemplo, a culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.
Outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo,
já que desejo, sendo uma palavra intensa, quase agressiva,
pode o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.
Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras sob o risco de perderem o sentido.
A sujeirinha cotidiana quando não é excessiva, produz uma oleosidade que dá vigor aos sons.
Muito importante na arte de lavar palavras é saber reconhecer uma palavra limpa.
Conviva com a palavra durante alguns dias.
Deixe que se misture em seus gestos, que passeie pela expressão dos seus sentidos.
À noite, permita que se deite não a seu lado, mas sobre seu corpo.
Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne, prolifera em toda sua possibilidade.
Se puder suportar essa convivência até não mais perceber a presença dela, então você tem uma palavra limpa.
Uma palavra limpa é uma palavra possível.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008


Então, há pelo menos três eleições seguidas eu não voto, alguns podem dizer que não é certo abrir mão desse direito, outros que estou sendo conivente, enfim blá, blá, blá... o fato é que eu não consigo ACREDITAR no que dizem e quando chega o ano eleitoral em certas ocasiões - salvo, pela oportunidade de alguns que precisam de dinheiro conseguirem um trabalho mesmo que temporário- me dá vontade de vomitar com a sujeira, poluição visual, sonora, a invasão nos sinais pra panfletar, colar adesivo, affffffffff tenho verdadeira aversão por esse tipo de coisa, até por que não é assim que se ganha voto, pelo menos não o MEU!
Nessa contra-mão li um artigo que me chamou atenção, foi escrito por João Baltar freire a sua posição quanto a essa vergonha que muitos candidatos estão envolvidos. Posição firme de quem, sem concessões mesmo que a prejuízo de candidatos do seu próprio partido, busca a verdade, pois é,ganhou o meu voto, depois de três eleições vou sair da minha casa e votar, talvez um voto não faça diferença, mas é o MEU VOTO e eu correta ou não, abrindo mão ou não, jamais darei senão acreditar.

Segue entrevista

Caros Amigos e Amigas:

Gravei minha primeira participação no guia eleitoral de rádio falando da denúncia de irregularidades na Câmara Municipal. Pedi ao eleitor que não renove o mandato de quem não conseguir provar que tem probidade para o cargo.

Foi com surpresa e indignação que recebi a notícia de que os mesmos vereadores pretendem não só tirar do ar minha participação como me punir judicialmente.

Não inventei nada, repito, apenas citei o que foi fartamente documentado e divulgado.

Não tenho nada pessoal contra nenhum vereador, não citei nomes, e alguns deles como Daniel Coelho, Priscila Krause e a ex vereadora Luciana Azevedo comprovaram não ter levado vantagens pessoais.

Outros apenas devolveram o dinheiro, o que já é um gesto na tentativa de pedir desculpas.

Continuarei a defender transparência com os gastos públicos e o fim da verba de gabinete, proposta que lancei na campanha de 2004.

Conto com apoio de todos vocês para continuar essa luta.

Abraço

João Baltar Freire